O que é o amor?

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

De Artur para Glaucia

Não, o Amor não é uma abstração; seria uma aberração afirmar isso de uma força tão presente fisicamente, concretamente e emocionalmente em todos os mínimos detalhes da sua vida.

Você acorda com os pensamentos inundando a sua mente -— lembranças de olhares, de sorrisos, de um silêncio estratégico, e de uma voz insubstituível ecoando dentro de você. Ela passeando nas opções do cardápio para deixar você mais confortável e você tentando conquistar o olhar dela.

E as pausas antes das respostas? Respiração ofegante, mente acelerada. Eu deitado no chão após horas de conversas e ela viajando no passado para se certificar de quem esnobou quem.

Irrelevante, é verdade; apenas uma desculpa para viajar por 17 anos e lembrar das intermináveis conversas nas quais assuntos às vezes faltavam, mas a vontade de continuar falando era imensurável. A melhor parte era, sem dúvida, as pausas, o silêncio, as palavras óbvias, “É, complicado.”

Então depois de alguns minutos checando whatsapp, e-mails e outros meios eletrônicos finalmente você consegue se levantar, se preparar para um dia de labuta. Mas, o Amor continua presente em todos os mínimos detalhes da sua vida. Você para diante do espelho para checar se seu cabelo “amassado” realmente parece charmoso como ela diz e se sua mão realmente é bonita. Não estou certo disso.

Tenho certeza sim que ninguém nesse mundo conseguirá parecer tão linda comendo uma pizza como ela; assim como ninguém terá a habilidade de tirar uma foto em momento introspectivo, de profunda e atenta observação do “comportamento da raça humana” e ainda parecer tão bonita. Bom, talvez sejam meus olhos, mas eles estão convictos do que vêem.

O Amor nem sempre é confortável e certo. Essa força irá te cutucar e te provocar pisando em seus “calos” todos os dias. Você se irritará, se desequilibrará em alguns momentos, mas o sentimento predominante será de felicidade por saber que existe alguém nesse mundo disposto a transformar você em uma pessoa melhor.

Não é apenas uma questão de compartilhar momentos juntos, mas principalmente de querer o Bem do outro com tanta intensidade que você está disposto a pôr tudo a perder pelo Bem da outra pessoa. Afortunados aqueles que encontram pessoas com essa capacidade de amar.

Lugar comum, é verdade, mas amar também significa dedicação. Significa permanecer no telefone até “alta madrugada” por saber que o outro precisa escutar a sua voz após a perda de uma pessoa querida.

Não importam as conversas, não importa o que é dito—apoio é perceber a presença do outro e, consequentemente, saber que você não está sozinha. Não importam quantas taças de vinhos, o Amor nesse caso está relacionado à percepção da presença do outro.

Mas não brinque com o Amor. Não seja “distraído,” não se cerque de “barreiras” para impedir que o Amor se materialize porque apesar dele ser atemporal e resiliente, nossas mentes não se comportam dessa forma.

A razão conta nos dedos quantos dias faltam para nós nos tornamos quarentões. A razão bisbilhota a vida alheia para sabermos se fulano e beltrano casaram, tiveram filhos ou se um divórcio se avizinha. A razão nos faz viver enquanto o Amor nos faz sonhar…

Texto de Artur Salles Lisboa de Oliveira. Foto de Vicente Tardin.

Outrolado_

Artur Salles Lisboa de Oliveira é especialista em Escrita Criativa pela Universidade da California Berkeley. Twitter @artur_slo.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Mais lidas

0 resposta

  1. É um belo texto, mas há um mix de amor e paixão aí.
    Só mudaria a última frase pra “A razão nos faz sonhar, enquanto o amor nos faz viver.” Já que o amor leva a gente viver o presente, enquanto a razão leva a gente divagar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *